A Besta do Apocalipse 13
Para nós a identidade da Besta do Apocalipse do versículo 13, que emerge do mar do livro de apocalipse, que possui sua relação com uma das bestas de Daniel, e por isso começaremos o estudo para seu entendimento pelo livro das revelações, em sua ordem histórica, para que assim possamos compreender a verdadeira razão da existência desse mostro simbólico nas profecias.
Quando foi Escrito o Apocalipse ?
Evidências encontradas no próprio texto indicam que foi escrito durante período de extrema perseguição aos cristãos.
Provavelmente, no período compreendido entre o reinado de Nero, quando do grande fogo que quase destruiu Roma, em julho de 64 D.C., e a destruição de Jerusalém, em setembro de 70 D.C. O livro é uma profecia, uma revelação autêntica sobre o futuro próximo e os tempos do fim.
Objetivo
O objetivo da mensagem apocalíptica era fornecer estímulo pastoral aos cristãos perseguidos, confortando, desafiando e proclamando a esperança cristã garantida e certa além de ratificar a certeza de que, em Cristo, eles compartilhavam o método soberano de Deus.
Por meio da espiritualidade em todas suas manifestações, alcançariam a superação total das forças de oposição à nova ordem que se estabelecia, pois que essa constituía a vontade do Altíssimo.
As Bestas e as Revelações
De acordo com o relato do Novo Testamento, primeiramente essa síntese é chamada serpente, depois dragão, que entrega em seguida seu poder à besta, que, por sua vez, utiliza a prostituta (Ap 17) e o falso profeta (Ap 13:11-18).
Para continuar a reflexão sobre as revelações apocalípticas, é mister compreender o que antes foi anunciado em outras profecias, através de outros profetas clarividentes da Antigüidade.
As profecias do Apocalipse poderão ser bem compreendidas se forem estudadas em conjunto com as do profeta Daniel.
Os quatro animais do profeta Daniel
Daniel sob a influencia de uma visão revelada por um anjo, vê quanto animais, fora do comum que possuíam na verdade suas naturezas simbólicas.
Em (Dn 7:2) “Já no início do relato do antigo profeta, é informado que no momento das ocorrências "quatro ventos do céu agitavam o Mar Grande”
É uma indicação do tema das visões, pois vimos anteriormente (cap. 6) que, na linguagem simbólica, ventos significam guerras. A profecia refere-se, portanto, a conflitos armados decisivos, que vêm de todo lado, como sugere o uso do número quatro.
O Apocalipse de João nos dá, já no Novo Testamento, outra chave para podermos decifrar o restante da simbologia escatológica:
"Então o anjo me disse: As águas que viste (... ) são povos, multidões, nações e línguas" (Ap 17:15).
Dessa maneira, podemos entender as águas ou o Mar Grande de Daniel como "povos, multidões, nações e línguas", isto é: as grandes civilizações que o globo conheceu.
Sendo assim, a expressão "quatro ventos do céu agitavam o Mar Grande" é sinônimo das grandes contendas e batalhas entre os povos, que modificaram o panorama social do mundo.
O próprio Daniel, desconhecendo seu significado, interpela o anjo, e é este quem lhe revela:
"Estes grandes animais, que são quatro, são quatro reis, que se levantarão da Terra" (Dn 7:17).
O 1° animal
De posse desses conhecimentos, verificamos que o primeiro animal, semelhante a um leão com asas de águia (Dn 7:4), representava o império da Babilônia, com seu poderio bélico, suas riquezas e seu esplendor.
O ponto de partida, a primeira das feras, é justamente a que detinha o poder temporal no momento histórico em que Daniel se encontrava, na ocasião das revelações.
O 2° animal
O segundo animal era um urso, que trazia na boca três costelas (Dn 7:5) Simbolizava a Medo-Pérsia, que sucederia à Babilônia como líder no cenário político mundial.
As três costelas devoradas pelo urso demonstravam os três reinos que foram abatidos, a fim de se dar o poder político a Dario, o Medo-Persa.
O 3° animal
O terceiro animal, por sua vez, foi comparado a um leopardo com quatro cabeças e quatro asas ( Daniel 7:6). Era a imagem da Grécia, que dominou o mundo após a Medo-Pérsia.
O leopardo, que já é um animal ágil, acrescido de quatro asas, é a representação da velocidade das conquistas de Alexandre, o Grande - em menos de dez anos, ele submeteu o império Medo-Persa. As quatro cabeças, por outro lado, significavam que a Grécia seria dividida, como o foi, após a morte de Alexandre.
Os quatro generais, igualmente representados pelas quatro cabeças, são as divisões efetuadas após sua morte, em 301 A.C.: Cassandro, Lisímaco, Ptolomeu e Seleuco ficaram responsáveis pelo domínio grego, que, a partir de então, foi-se enfraquecendo.
O 4° animal
Mas o quarto animal - a mesma besta do Apocalipse, descrita por João - seria um animal diferente e espantoso, como relata o antigo profeta; um reino terrível, que se desdobraria em vários outros e dominaria os próprios seguidores de Jesus, descrito em (Dn 7:7s) e (Apoc 12-13;17) .
As visões do quarto animal e do dragão, que transmite seu poder à besta (Apoc 13:2), materializam-se na autoridade férrea de Roma, que sucedeu a Grécia - o terceiro animal (Dn 7:6) - no panorama do mundo.
Os Dez Chifres da Besta
Os dez chifres avistados por Daniel (Dn 7:7,20,24) e também por João, no Apocalipse (Ap 12:3; 13:1), são dez reis, conforme está escrito em ambos os livros:
"Quanto aos dez chifres, daquele mesmo reino se levantarão dez reis" (Dn 7:24).
"Os dez chifres que viste são dez reis" (Ap 17:12).
Ora, Roma foi a única nação que teve dez formas de reinado, que foi dividida em dez reinos diferentes. Esse reino, representado pela besta de dez chifres, não se manteria unido até o fim; seu poder seria dividido, como o foi, em diversos outros.
A partir do ano 476 d.C., Roma perdeu a supremacia que tinha até então, e o império caiu em poder de dez povos bárbaros.
O Anticristo querendo ser Deus
Esse chifre é a exata representação do papado, que foi se desenvolvendo lentamente, ao longo dos séculos. Após o decreto de Constantino (311 D.C.), foram derrubados três povos que se opunham ao papa, para ser definitivamente tomado o poder temporal. Eram eles: os vândalos, os ostrogodos e os hérulos.
E assim cumpria-se assim, mais uma profecia de Daniel ;
"Depois deles [os 10 chifres] se levantará outro, o qual será diferente dos primeiros, e abaterá a três reis." (Dn 7:24)
O poder papal era tão temido que os povos enviavam suas comitivas a Roma, a fim de que o papa os abençoasse em suas pretensões.
Era um reino diferente dos outros, como diz a profecia, pois era em parte político, conservando o domínio temporal, e em parte religioso, pretendendo o domínio das consciências.
No ano 538 D.C., com a queda dos ostrogodos, o papado estava firmemente estabelecido. Reunia em si as pretensões de ter o domínio da cristandade, de estabelecer leis humanas para as coisas do espírito, e de deter a infalibilidade, que só é dada a Deus.
Tais blasfêmias (Ap 13:1,5) representam as palavras que proferiria contra o Altíssimo (Dn 7:25).
O papado não apenas intenta o domínio das consciências, acreditando poder perdoar ou condenar o pecador, como arroga-se o direito de estabelecer o que é e o que não é pecado, através de seus decretos; sobretudo, imagina-se na posição de dirigir a cristandade, função que só pertence a Jesus.
Quando o cristianismo, após as perseguições, foi penetrando nos palácios dos reis, a Igreja, através de seus bispos, pôs de lado a simplicidade dos primeiros tempos e passou a exibir o orgulho e a pompa dos sacerdotes e reis pagãos.
Em lugar da doutrina do Cristo, criou leis e decretos que estabeleceram ordenanças humanas(1Tm 4:1), rituais pomposos que desafiam a simplicidade das práticas apostólicas.
A doutrina romana afirma que o papa é o representante máximo de Deus na Terra, detentor de autoridade incontestável.
No entanto, os maiores crimes têm sido perpetrados ao longo dos séculos sob as bênçãos do pontífice romano.
A Igreja de Roma estava decidida a congregar, sob seu jugo, todo o mundo cristão, e aqueles que não reconheceram o poder do papa foram queimados, mortos, destruídos, assassinados - e a prova disso nos é dada pela história.
Em síntese, os cristãos foram obrigados a optar entre Cristo e Roma, e a verdadeira igreja, os seguidores simples do Nazareno se viram forçados a esconder-se nas rochas, sepulturas e lugares escuros da Terra, dando cumprimento ao que a profecia do Apocalipse revelou:
A Mulher e o Dragão
"Mas a terra ajudou a mulher"(Ap 12:16).
Isso ocorreu durante 1.260 anos, conforme informam ambos os textos proféticos (Daniel 7:25; Ap 11:3; 12:6,14), período que o Apocalipse registra como o da reclusão da mulher - isto é: a verdadeira igreja - no deserto.
Para se chegar a este número: 1.260 anos, é necessário compreender a linguagem simbólica. Nas profecias bíblicas, um dia, ou um tempo, equivale a um ano. É o que estabelece o profeta Ezequiel, no Antigo Testamento:
"e levarás (... ) quarenta dias; um dia te dei para cada ano" (Ez 4:6).
No Apocalipse, então, um tempo, dois tempos e metade de um tempo eqüivalem a 1.260 anos. Acompanhe o raciocínio:
1 tempo = 1 dia = 1 ano profético + 2 tempos = 2 dias = 2 anos proféticos + 1/2 tempo = 1/2 dia = 1/2 ano profético TOTAL: 3 tempos e meio = 3 anos e meio = 42 meses, que eqüivalem a 1.260 dias, que, por sua vez, eqüivalem a 1.260 anos proféticos.
As Duas Testemunhas
"E darei poder às minhas duas testemunhas, e profetizarão por mil duzentos e sessenta dias, vestidas de saco. (Ap 11: 3)
- Durante o período de trevas da Idade Média compreendido com os 1.260 anos profetizados - Uma das estratégias levadas a cabo pela besta foi impedir a difusão da palavra do Evangelho.
Assim Roma, através de seus representantes, pretendeu dominar as consciências, proibiu-se a leitura dos textos evangélicos.
A Palavra "vestida de saco" (Ap 11:3), isto é, enclausurada, restrita aos mosteiros e ao latim, tão distante das populações.
As duas testemunhas apresentadas no Apocalipse são, na verdade, as duas revelações, sintetizadas no Antigo e no Novo Testamentos:
"Estas são as duas oliveiras e os dois candeeiros que estão diante do Senhor da Terra" (Ap 11:4).
O fim dos 1.260 anos
Para efeito de profecia, consideramos o início da atividade papal em 538 D.C., ano em que houve a derrocada dos ostrogodos e a besta foi definitivamente estabelecida em seu templo, "querendo parecer Deus" (2Ts 2:4).
Contando-se a partir dessa data, os 1.260 anos terminam em 1798 (538+1260=1798), exatamente o ano em que caíram as pretensões do papado, é quando Berthier, o general francês, sob o comando de Napoleão Bonaparte, invade Roma e leva prisioneiro o pontífice.
Esse período de 1260 anos - ou um tempo, dois tempos e metade de um tempo ou, ainda, três anos e meio proféticos - foi o período mais negro da história da civilização.
A Idade Média é a época em que Roma ficou conhecida como Santa Sé e o papa arvorou-se a Sumo Pontífice. Com o novo título, agindo como se fora Deus, adultera a lei, retirando o segundo mandamento do decálogo - pois proibia a adoração de imagens - e dividindo o décimo mandamento em dois, para suprir a lacuna.
Modifica também o calendário e assim faz cumprir-se inteiramente a profecia de Daniel quanto ao quarto animal:
"e cuidará em mudar os tempos e as leis" (Daniel 7:25).
Os séculos que se seguiram foram palco de lutas que a Igreja forjou com o objetivo de eliminar da Terra "os santos do Altíssimo" (Daniel 7:25).
Valdenses, albigenses, anabatistas, protestantes, judeus, huguenotes e milhares de outros cristãos foram dizimados pelo poder dos padres, bispos e cardeais de Roma, que, segundo o profeta Daniel previu :
"fazia guerra contra os santos, e os vencia" (Daniel 7:21).
No Apocalipse, a época é retratada através da mulher, ou a verdadeira comunidade de seguidores de Jesus, que estaria reclusa no deserto, para tentar sobreviver ante a arrogância dos bispos de Roma (Apocalipse 13:5-6).
Roma Era o poder da primeira besta do Apocalipse
"Também foi-lhe permitido fazer guerra aos santos, e vencê-los. E deu-se-lhe poder sobre toda tribo, língua e nação" (Apocalipse 13:7).
Transcorrido o tempo da profecia, em 10 de fevereiro de 1798,por culminância da Revolução Francesa - que pôs fim ao poder desmedido dos papas - o General Berthier, dos exércitos de Napoleão, invadiu Roma e levou cativo o Papa Pio VI.
O então representante da Igreja romana, prisioneiro, veio a desencarnar (morrer) na França e deu, assim, cumprimento ao que disse a profecia, por intermédio de João:
"Se alguém deve ir para o cativeiro, para o cativeiro irá. Se alguém deve ser morto à espada, necessário é que à espada seja morto" (Apocalipse 13:10).
Conclusão:
Não procurei colocar aqui, outros símbolos ou visões descritas no livro de Apocalipse, apesar de estarem tudo interligado, a intenção era fazer apenas postagem simples e resumida no tema da Besta.
Vale ressaltar aqui, uma visão que os próprios espíritos quiseram deixar bem claro! Sobre a besta, que era caracterizada pelo poder político e religioso pertencente á uma época, levando se em conta o tempo em que viviam, respeitando assim a fé de muitos de nossos irmãos católicos de hoje, principalmente para com aqueles que executam ótimos trabalhos na emancipação de amor e boas obras para com o próximo independente do culto a que escolheram.
Deixo aqui ressaltado que para a compreensão das demais profecias centralizada nesta ética de discernimento, é somente pela leitura total do livro que hoje já está em sua 5 ° edição, abraços a todos e que a luz da verdade sempre esteja presente em nossas vidas segundos os princípios do mestre Jesus.
Fiz este filme para completar o post e divulga-lo também, espero que muitos gostem, e abração a todos !
Fonte: da Obra: “Apocalipse: Uma Interpretação Espírita das Profecias”
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Olá, Valter Amorim. O texto que produzi é melhor que este seu, sobre os 1260 anos proféticos.
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