O evangelizador espírita da Nova Era

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Evangelho e nova era

Com seus doze séculos de dores e de trevas, o Cristianismo não foi uma era de felicidade para a raça humana; porém, o objetivo da vida terrestre não é a felicidade, é a elevação pelo trabalho, pelo estudo e pelo sofrimento; em uma palavra, é a educação da alma, e a via dolorosa conduz à perfeição mais seguramente que a dos prazeres.

Léon Denis – Cristianismo e Espiritismo – cap. III.

Se temos a certeza de que nosso planeta está entrando numa nova fase do seu desenvolvimento espiritual, com a chegada de Espíritos mais evoluídos, vindos de outras esferas e também com a reencarnação de Espíritos mais amadurecidos, que habitam nosso orbe, repensar nossas práticas educativas no centro e no movimento espírita é fazer o nosso dever de casa.

Nesse contexto, ganha centralidade a figura educativa do evangelizador da infância e da juventude, tendo em vista a tarefa que desempenha junto às novas gerações.

O evangelizador espírita é um mediador, que problematiza os conteúdos do Evangelho à luz do Espiritismo, buscando aprimorar nos evangelizandos e em si mesmo os caracteres intelectuais e morais.

Seu trabalho é crítico, por excelência, devendo ser libertador e emancipador de todas as formas de ignorância, que atrelam o Espírito ao orgulho e ao egoísmo.

Em seu belo e profundo livro, Reflexões pedagógicas à luz do Evangelho, Sandra Borba, com sua larga experiência como evangelizadora e educadora, aponta alguns caminhos importantes que, a meu ver, sendo trilhados, podem contribuir para uma melhor formação desse evangelizador da Nova Era.

Ressalta a necessidade de se estudar criticamente o Espiritismo, ampliando nossa compreensão da Doutrina, do Movimento Espírita e da sociedade em que vivemos, atuando com visão de futuro.

Defende, em seguida, o imperativo do autoconhecimento para que haja autotransformação, sem que isso nos distancie dos problemas do mundo, no qual precisamos intervir, tendo em vista a nossa missão de Espíritos reencarnados na Terra. Este item ganha relevo quando pensamos que o evangelizador espírita, assim como todo educador, é um espelho, no qual se miram crianças e jovens.

Afirma que, no modelo de liderança de Jesus, reside a chave para as nossas lideranças situacionais, locais e regionais no Centro e no Movimento Espírita como um todo. Chave para abrirmos portas, desatarmos nós em nossas relações interpessoais, facultarmos espaços para a renovação em nossas fileiras, ancorados sempre no espírito de equipe exemplificado pelo Mestre.

Além desses indicadores iniciais, indispensáveis para o êxito do evangelizador espírita, Sandra sinaliza algumas características que, existindo ou sendo desenvolvidas na personalidade de quem evangeliza, poderão contribuir favoravelmente para que a evangelização decole rumo ao sucesso. Vejamo-las, com algumas modificações do texto original:

- Considerar o valor de cada pessoa e investir para que a criatura se perceba  valorosa, ampliando seus horizontes e conquistas intelecto-morais.

- Conhecer as necessidades do grupo e das individualidades.

- Buscar a unidade do grupo em torno dos objetivos.

- Ser um estimulador de múltiplas aprendizagens.

- Exercitar a empatia no ouvir e no agir.

- Procurar ser coerente em sua conduta moral.

- Cultivar a intuição.

- Ser alegre e criativo.

- Estudar sempre.

- Amar a tarefa e os evangelizandos.

Tendo em vista que a tarefa de evangelizar à luz do Espiritismo não combina com improvisações permanentes, mas circunstanciais, rotinas arcaicas e contraproducentes, relações competitivas com colegas, superficialidade na abordagem dos conteúdos, estratégias inadequadas e ausência de planejamento e engajamento, faz-se necessário repensar, continuamente, nossas práticas, sentimentos e nossa conduta.

Sem que a avaliação do que fazemos, como fazemos e do que somos, dificilmente, conseguiremos ser os evangelizadores de uma Nova Era, correndo o risco de estarmos usando ferramentas antigas, em situações que pedem novos recursos, abordagens tradicionais, com uma clientela que requisita conhecimento, criatividade e inovação. E o que é ainda mais preocupante, falando de esperança, amor, fraternidade e verdade, mantendo uma conduta marcada pelo desânimo, pelo ceticismo nos valores humanos e por uma desconfiança nos próprios conteúdos com os quais trabalha.

julho/2014 - Por Cezar Braga Said

Fonte: http://www.mundoespirita.com.br/


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